Crosslinking do Colágeno Corneano

Crosslinking do Colágeno Corneano

Crosslinking do Colágeno Corneano

O croslinking do Colágeno Corneano consiste na irradiação de Ultra-Violeta A (UVA) numa frequencia de 365nm combinanado a instilação da vitamina B2, a Riboflavina, sobre o Colágeno Corneano por um determinado tempo até o limite de 5,4mJ/cm². Essa exposição libera radicais livres de O2 que estimulam ligações cruzadas nas fibras de Colágeno fortalecendo-as. Os canhões de UVA tradicionais foram projetados para emitir essa irradiação em 30min. Mas chegou no final de 2013 uma nova geração de aparelhos capazes de emitir a mesma irradiação em tempo inferior tornando o tratamento de Crosslinking bem mais confortável para os pacientes.

O objetivo primário desse tratamento é promover um aumento da rigidez do Colágeno através da estimulação da formação de ligações cruzadas (Crosslinking) entre as fibras de Colágeno em pacientes que apresentam avanço do ceratocone, Degeneração Marginal Pelúcida e Ectasia Pós-LASIK. Uma seção de Crosslinking é capaz de endurecer o Colágeno da córnea em até 330% ou 3,3x. Além de endurecer o Colágeno, o Crosslinking pode secundariamente diminuir um pouco a refração, apesar de não ser objetico primário do tratamento.

Com o endurecimento do Colágeno as doenças relacionadas ao Colágeno mais mole, mais deformáveis, deixam de evoluir ou aquelas que já foram tratadas ficariam mais estacionadas. A maioria das doenças do Colágeno Corneano em fase inicial, de evolução rápida e Pós-tratamento com Anel Intra-Estromal são candidatas ao Crosslinking. O endurecimento tem uma meia-vida de 5  a 10 anos.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) tornou o tratamento do Crosslinking a partir de 29/09/2010 (CFM n°1.923/10 – Parecer CFM nº 30/10) um tratamento não mais experimental para Ceratocone e Ectasia Pós-Lasik. O CFM liberou o Crosslinking para toda a Classe Oftalmológica devido ao fato do Crosslinking ser o único tratamento capaz de retardar a evolução das doenças do Colágeno Corneano, doenças que normalmente acometem o jovem e o adulto jovem levando muitas vezes a baixa visual severa com necessidade até de transplante de córnea (10% dos pacientes); e devido ao fato do procedimento ser eficaz (os trabalhos mostram resultado na estabilização variando entre 90% e 100% dos pacientes) e ter baixo índice de complicações (menos que 1% segundo o CFM).

O Crosslinking tem um ponto ideal, ou na fase inicial da doença quando a aberração corneana é pequena ou após o implante de anel Intra-Estromal quando ocorreu redução acentuada da aberração e do astigmatismo Corneano. Mais recentemente o Crosslinking tem sido indicado para o tratamento de úlceras de córnea infecciosas refratárias aos antibióticos fortificados uma vez que o UVA esteriliza a superfície sob a qual está sendo irradiado e também para o edema de córnea crônico ou ceratite bolbosa em pacientes com Distrofia Endotelial de Fuchs melhorando o edema, a dor e a transparência pelo irrejecimento Corneano.

Indicações para o Endurecimento Corneano:

Ceratocone

Ectasia Pós-Lasik

Degeneração Marginal Pelúcida

Ceratoglobo

Melting Corneanao

Edema de Córnea Crônico

Ceratite Bolhosa

Indicação para Esterilização Corneana:

Úlceras de Córnea Infecciosa Refratárias

Contra Indicações:

Espessura corneana menor que 400 micras (Risco de Injúria Endotelial)

Estrias, Cicatrizes e Haze Corneano (Podem Aumentar)

Ceratite Erosiva Recorrente (Pode piorar)

Complicações:

Foram relatados alguns casos de infiltrados Estromais Estéreis após o Crosslinking normalmente temporários, melhorando em 1 a 6 meses. Mas há relatos de Haze Estromal numa incidência de 2,8% e defeito Eptelial Persistente.

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